Desse tempo de adolescência na década de 1960, algumas das memórias mais marcantes são do tempo em que a bicicleta era seu meio de transporte para ir ao centro da cidade na companhia do pai.
“A cada ano meu pai comprava uma bicicleta para um dos filhos, que era o nosso instrumento de trabalho. E também dentro desse processo, a vida era bastante coletivizada num espaço ligado também muito à vida eclesial.”
No período em que permaneceu trabalhando no bar, o estudante Vilson compartilhava a bicicleta com seu amigo, Siro. Em uma rotina disciplinada, os dois se revezavam sobre rodas para dar conta de estudar e trabalhar, sempre alinhando os horários um com o outro pra que Vilson pudesse dar conta da longa jornada.
Nessa rotina intensa de trabalho que o acompanha desde a juventude, pedalando pelos verdes vales, pode-se perceber uma analogia com o próprio ato de andar de bicicleta: para não perder o equilíbrio, há que manter-se em constante movimento. No caso do Padre Vilson, para quem “ser feliz é uma dimensão diária”, o fundamento que o faz ir sempre adiante é ter um propósito ao qual se dedicar.
“A dimensão de ser feliz tem relação com ter uma causa. A causa é muito mais prazerosa quando tu a assumes do que quando tu te relacionas com um bem de consumo. A causa é muito maior e não é fácil, está ligada ao processo da mística, e vice-versa, porque a mística está ligada ao mistério e a vida é mistério. No fundo é isso, ou tu caminhas e vais, ou tu podes ficar completamente engessado.”
E lá vai o jovem Vilson estudar na Capital.
