Last Updated on 5 de novembro de 2025 by Lucano Brito
Encontro no TCE/SC discute o coração solidário no controle público, destacando gestão eficiente orientada ao bem comum e compromisso social.
Um encontro no Tribunal de Contas de Santa Catarina (TCE/SC) reuniu, nesta segunda-feira (03), servidores, gestores e convidados para um momento de escuta e reflexão com o padre Vilson Groh. Muito além de uma palestra, foi uma oportunidade de reencontrar o sentido humano que sustenta a missão pública: servir com responsabilidade, transparência e cuidado — especialmente com aqueles que mais dependem do Estado.
Logo na abertura, representantes do TCE/SC destacaram que o controle externo não é apenas um exercício técnico. Ele é também um compromisso ético. Fiscalizar contas é zelar pela vida coletiva. E, quando esse compromisso se aprofunda, ele deixa de ser apenas procedimento — torna-se cultura.

Um testemunho que fala de transformação
Antes da fala do padre Vilson, o assistente social Edelvan Jesus da Conceição compartilhou sua própria história. Ele iniciou sua caminhada profissional em projetos sociais vinculados ao Instituto Pe. Vilson Groh, como o Arueira e o Procurando Caminho, ambos realizados pelo Centro Cultural Anastácia (Rede IVG), voltados a adolescentes e jovens que buscavam novas possibilidades de vida, longe da violência e da exclusão social.
Edelvan afirmou algo essencial: “O trabalho do padre não transforma apenas quem recebe atendimento. Ele transforma também quem trabalha junto.” Esse relato expressa a lógica da solidariedade estrutural: quando o cuidado é vivido em rede, ele forma sujeitos. Ele cria pertencimento, fortalece vínculos e amplia horizontes.

O coração solidário como princípio de organização da vida social
Na fala do padre Vilson, o centro da mensagem foi claro: a solidariedade não é apenas um sentimento — é um modo de organizar a sociedade.
Ele falou sobre o “coração solidário” como uma forma de agir que une fé, técnica e política pública. Uma visão inspirada pela Doutrina Social da Igreja, por experiências históricas de organização comunitária e por estudos contemporâneos como os de Elinor Ostrom, que mostrou como as comunidades conseguem gerir seus bens comuns através da cooperação e da confiança.
A solidariedade estrutural se expressa em três dimensões interligadas:
- Espiritual e cultural: reconhecer que pertencemos uns aos outros — ninguém se salva sozinho.
- Econômica e comunitária: fortalecer redes cooperativas e economias locais que geram autonomia.
- Pública e institucional: fazer da gestão dos recursos um ato de cuidado com a vida.
Quando o controle público se torna compromisso com a dignidade
Em diálogo direto com o papel do TCE, padre Vilson afirmou: “Gastar bem é cuidar bem.” Ou seja, a eficiência administrativa pode ser uma forma concreta de amor social.
Quando o Estado utiliza seus recursos com seriedade, técnica e propósito, ele protege quem mais precisa: crianças, jovens, famílias em territórios vulnerabilizados.
Nesse sentido, o controle público orientado pelo bem comum não é apenas fiscalização — é expressão de solidariedade institucional.
A fala do Padre Vilson Groh apresentada no Tribunal de Contas foi baseada no artigo “Um propósito de vida: o coração solidário em ação”, que aprofunda a reflexão sobre a solidariedade estrutural e o papel das instituições públicas na promoção do bem comum.



Com informações da Assessoria de Comunicação Social do TCE/SC e do texto original de Rogério Guilherme de Oliveira, chefe do gabinete da Corregedoria-Geral.
Fotos de Caio Cezar – Acom/TCE-SC


