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Article: We are all human beings [published in ND Reader Opinion]

Ao caminharmos pelas ruas, é notável o aumento da fome que se materializa na vida das pessoas em situação de rua – clamando por alimento, não apenas para nutrir o corpo, um direito intrínseco à vida.

Recentemente, com o fechamento do restaurante popular em Florianópolis – mais uma sinalização de desestruturação de políticas públicas antes implantadas – não tivemos apenas um ato de violência física, mas a demonização do próximo, na contramão do que tanto lutamos, para que as pessoas em situação de rua não sejam invisibilizadas.

Eu, você, seu vizinho, o trabalhador da mercearia da esquina, todos temos histórias. Aquela pessoa em situação de rua também. Somos todos seres humanos.

Quando olharmos para essa pessoa, descortinando o cheiro, a cor, o estado da sua roupa, podemos ver a essência e, nela, a dor que a move. Sim, porque a dor não é apenas física, ela se materializa na negação, no não enxergar a luz no fim do túnel, em ter na solidão da rua um local para extravasar os sentimentos.

É preciso empatia e entender como acessar essas pessoas. E como construímos uma saída no presente-futuro? Com alternativas articuladas, pensando na moradia, na saúde mental, com a reestruturação do Centro Pop, a viabilização do restaurante popular, a reinserção em uma sociedade que abre portas e não rotula e escurraça.

Nestes mais de 40 anos de atuação, todos os dias estive em diálogo e construção com pessoas que estavam em situação de rua. Muitos destes conseguiram construir um novo capítulo em suas histórias.

Não podemos romantizar e dizer que é fácil. Pois, se já é uma batalha diária para muitos que têm estrutura familiar e rede de apoio, imaginemos para aqueles que não veem perspectivas de um amanhã.

Claro, perdemos muitas lutas para o álcool, para as drogas e para a criminalização. Mas será que somos uma sociedade tão inócua, que não consegue levantar a cabeça e compreender a dimensão de tudo que nos permeia?

Fala-se muito em cidades para as pessoas, em arquitetura inclusiva, em ruas que permitam a integração das pessoas. Mas quando vamos pensar em integrar aqueles que hoje já ali estão? O passo também pode começar com uma sociedade civil que edifique pontes ao invés de muralhas.

O passo também começa dentro de nossas casas, junto às crianças e jovens, dialogando sobre como o excesso de telas insiste em nos deixar alheios à vida real, que clama por oxigênio para fazer um coração pulsar. Eu não creio em utopia. Eu acredito em oportunidades que geram transformação. Eu acredito na não violência e numa escuta empática.

Eu não perdi a esperança no ser humano. E você?

Mais informações:
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